Pequenininho no mapa, espremido entre Índia e China, fica o reino budista de Butão. Autointitulado como o País da Felicidade, esse acanhado território é bastante isolado e pouco aberto ao turismo. A fama vem do Índice de Felicidade Bruta, criado para medir o nível do bem-estar de sua população. Mas a verdade é que o destino é perfeito para os viajantes que procuram cenários exóticos, costumes peculiares e novidades a cada olhar.
Interligado por uma única rodovia, viajar para o Butão é como ir a um lugar que parece não ter visto a tecnologia se expandir. Isso porque sua rica herança cultural permanece praticamente intacta devido ao isolamento do resto do mundo até a década de 1960.
Turismo controlado: visitar o Butão não é tão simples
Tamanha felicidade do povo butanês tem seu preço. Não é possível visitar o país por conta própria, pois o turismo é controlado de perto por um guia local – item obrigatório, aliás.
Só há duas companhias aéreas que operam no país: Drukair e Bhutan Airlines, que voam de cidades da Índia, Tailândia, Bangladesh, Nepal e Cingapura até Paro, o único aeroporto internacional dali.
Além disso, 60% de suas florestas são protegidas pela legislação e, como a ideia é ter um turismo de alto valor e baixo impacto, uma taxa de até US$ 250 ao dia é cobrada por turista.
O visto é obrigatório e só é liberado após fechamento e pagamento completo do pacote de viagem. Isso porque só se entra no país com um roteiro personalizado oferecido por uma agência de turismo local. São eles que providenciam hospedagem, alimentação, guia exclusivo e carro com motorista para percorrer os trajetos previamente solicitados, além do route permit, uma autorização extra para rodar o país.
Ufa! Pode parecer complexo, mas se torna bem simples com uma agência de viagens nacional intermediando esse processo.
Cultura e espiritualidade que se complementam
Não tem como falar do Butão sem comentar sobre sua forte espiritualidade. Isso porque boa parte da cultura e das tradições únicas do país se voltam às religiões mais tradicionais de lá: o budismo e hinduísmo.
Por esse motivo, os butaneses valorizam mais o ser do que o ter. E o que desejam mesmo é encontrar um equilíbrio entre os bens materiais e a espiritualidade.
Não é à toa que as principais atrações a serem visitadas por lá são os monastérios budistas no topo das montanhas, já que o país possui relevo acidentado e montanhoso. Isso além de, claro, se apaixonar pela visão deslumbrante das trilhas e suas vistas para os Himalaias.
Embora a capital do país seja Thimphu, é Paro que abriga o ponto turístico mais visitado: o Monastério Taktsang, mais conhecido como Ninho do Tigre (foto acima). No topo de uma falésia de quase 900m de altura – imagine que a própria cidade já tem uma altitude aproximada de cerca de 2400m -, a caminhada até o local pode chegar a até 4h de duração por ladeiras e escadaria íngremes. Mas a vista e os cenários recompensam.
Os butaneses dizem que uma hora de meditação ali equivale a três meses de meditação em outros templos. Isso mostra como o lugar é sagrado para os budistas. Construído no século 17, passou por um incêndio em 1998 e precisou ser reconstruído, mas toda sua estrutura continua original.
Turismo de luxo: a renda que desenvolve o Butão
Esse país localizado a extremo leste do Himalaia tem sua economia baseada essencialmente na agricultura, na venda de energia hidroelétrica para a Índia e na extração florestal. Além disso, para cerca de 90% da população, o plantio de subsistência e a criação animal são os principais meios de vida.
É por isso que o turismo de luxo – seguindo a máxima de “High Value, Low Impact” – tem sido a solução viável para o país e os turistas interessados. Algumas redes de hotéis cinco estrelas oferecem uma experiência completa de viagem, além da hospedagem, que incluem até montagem de acampamentos sofisticados – os chamados “glamping”.
O Six Senses (foto acima), por exemplo, tem cinco unidades espalhadas pelo país em Paro, Thimphu, Punakha e Phobjikha. A unidade de Bumthang está em construção com previsão de inauguração ainda este ano.
Já a Aman Resorts – conhecida por suas unidades de luxo em destinos remotos -, é a marca fundadora de hotéis na região, com 16 anos de existência. É por isso que o hotel, conhecido como Amankora, consegue oferecer uma experiência em que o hóspede passa por suas cinco propriedades, conhecendo o leste e centro do país. Além disso, também são oferecidos voos de helicópteros para explorar regiões remotas e difíceis de serem alcançadas, em trilhas pelos Himalaias.
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